Chocolate: amigo ou inimigo?

Como é constituído o chocolate?

O chocolate, em particular o cacau presente no chocolate, tem sido alvo de vários estudos observacionais devido ao seu teor em substâncias antioxidantes, ou seja que inibem a ação dos radicais livres, e protetoras das células, como por exemplo as catequinas e as epicatequinas (polifenóis). Estes componentes parecem ter algum efeito protetor sobre o aparelho cardiorrespiratório e no desenvolvimento do cancro.
Existem outras substâncias no cacau, como sejam a cafeína, teobromina e teofilina, bem como nutrientes, magnésio e cobre, que podem ter uma ação sinérgica na proteção celular.
No entanto, é de notar que existe mais do que cacau no chocolate. No geral, o chocolate tem também grandes quantidades de gordura e açúcar. Apesar do teor de açúcares ser inferior no chocolate negro, o teor de gordura é sensivelmente o mesmo em todos os tipos de chocolate.
Assim, é importante notar que apesar de poder ter efeito protetor sobre as células, o chocolate tem um elevado valor energético. Existem outros alimentos com elevada percentagem de polifenóis na composição – e que, por isso, também detêm os seus benefícios – mas que não possuem teor calórico elevado, como é o caso do chá verde, alperces, laranjas, tomates e legumes de folha verde.

O chocolate é saudável?

As substâncias do cacau que parecem ter um efeito benéfico podem estar presentes em maior ou menor quantidade no chocolate dependendo de uma série de fatores. O principal fator é a percentagem de cacau, que é maior quanto “mais negro” for o chocolate, mas também a origem do cacau e a sua fermentação podem influenciar a concentração de substâncias benéficas.
Na escolha do chocolate “mais saudável”, devemos ter em atenção a tabela nutricional e optar por um chocolate com menor teor de gordura e açúcar. Se tem uma paixão por cacau, o cacau em pó é uma opção interessante quer do ponto de vista nutricional, quer do ponto de vista económico.
Quando temos por objetivo uma dieta hipocalórica, o consumo de chocolate deve ser feito em quantidades muito pequenas. Assim, devemos procurar os efeitos antioxidantes noutros alimentos com baixo valor energético, como frutas e legumes.