Como lidar com a alergia ao pólen?

A Primavera é a estação das alergias sazonais causadas pelos pólenes. Saber o que são, que reações causam e como se podem prevenir e tratar estas alergias, é meio caminho andado para viver melhor. 
 

O que é o pólen?


São invisíveis a olho nu, mas incomodam muitas pessoas. Semelhantes a um pó, os grãos de pólen são necessários para que as plantas se reproduzam.
São diferentes consoante as plantas que os produzem: os das flores com pétalas e folhas vistosas (como rosas ou crisântemos) são mais pesados e maiores, polinizando através de insetos e não do vento; por comparação os pólenes de árvores, como a oliveira, o sobreiro ou o pinheiro, os de gramíneas, como feno ou cereais, e os de ervas daninhas, que são mais leves e pequenos. 
Porque são leves, encontram-se no ar e viajam à boleia do vento, podendo disseminar-se por quilómetros.
Nesta viagem, entram em contacto com o organismo humano e, dada a sua minúscula dimensão, facilmente penetram as vias respiratórias ou se colam à pele, desencadeando os sintomas de alergia. 
É possível ser-se alérgico a mais do que um tipo de pólen.


homem com lenço na mão a espirra no meio das árvores com pólen
 

Quais os sintomas de alergia ao pólen?


Os espirros são o sintoma mais evidente, mas não são os únicos, podendo a alergia assumir diversas formas:
- Rinite alérgica: espirros repetidos, nariz entupido ou a pingar, comichão no nariz e céu da boca e, por vezes irritação na garganta;
- Conjuntivite alérgica: olhos vermelhos e inchados, lacrimejo, comichão, sensação de corpo estranho e sensibilidade à luz;
- Asma: tosse seca, pieira e dificuldade em respirar;
- Eczema: comichão na pele e pequenas manchas vermelhas, bolhas com líquido e, mais tarde, descamação;
- Urticária: lesões vermelhas em relevo, com comichão.
Numa pessoa sensível, a exposição ao pólen pode ter consequências na qualidade de vida. Sobretudo na Primavera, a época do ano em que a maioria das plantas poliniza. Março a Julho é o período mais crítico, mas pode oscilar em função das condições atmosféricas. Se o calor chegar precocemente no calendário, as plantas antecipam a polinização e o pólen liberta-se mais cedo.
Durante o período de polinização, a quantidade de pólenes no ar varia: aumenta com o calor, em especial dias secos e com sol, e diminui com a chuva e o frio. Mesmo ao longo do dia, há diferenças: pela manhã as plantas emitem o pólen e, ao cair da tarde, a dimunuição da temperatura faz os pólenes descerem ao nível do solo. Dias quentes, secos e com ventos têm maior quantidade de pólenes no ar, durante todo o dia.
 

Como se proteger do pólen?


Na impossibilidade de evitar por completo a exposiçãpo ao pólen, é importante estar informado. A informação sobre os tipos e quantidade de pólen, em cada dia e região do país está disponível no Boletim Político. Este boletim, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, está acessível em www.spaic.pt.
Conseguir uma melhor qualidade de vida passa por reduzir a exposição aos pólenes:
- Conheça quais lhe causam alergia e a época de polinização das plantas que os produzem; 
- Evite andar ao ar livre nos dias quentes e ventosos e nas horas de maior concentração polínica;
- Mude de roupa ao chegar a casa, tome banho e o cabelo antes de se deitar, para que não fiquem resíduos na cama ou almofada;
- Mantenha as janelas e portas fechadas;
- Viaje com as janelas do carro fechadas, preferindo o ar condicionado com filtro para pólenes;
- Use proteção para o rosto (olhos, nariz e boca) se viajar de moto;
- Use óculos de sol;
- Não seque roupa ao ar livre, para evitar que os grãos de pólen se fixem à roupa;
- Não corte relva; 
- Evite os desportos de exterior e o campismo no período de polinização.

Controlar a reação alérgica aos pólenes implica, muitas vezes, tratar com medicamentos específicos. O seu Farmacêutico pode ajudá-lo a viver melhor a Primavera.