Dr.ª Filipa Alves e o seu caminho enquanto Farmacêutica

Estivemos à conversa com a Dr.ª Filipa Alves, diretora técnica da Farmácia Sacoor do Riviera, em Carcavelos.

Por que decidiu ser Farmacêutica?
 
Há cerca de 20 anos foi a altura da decisão. Nessa altura, sentia-me muito atraída pelo trabalho de laboratório e o facto de a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas, pré-Bolonha, ser tão polivalente ao nível dos conteúdos programáticos e a abrangência das saídas profissionais, foi o que me levou a tomar a decisão.
O meu estágio de Farmácia Comunitária foi uma agradável surpresa.
O meu orientador de estágio era um dos representantes das Boas Práticas de Farmácia, que estavam no início, o que me fez contactar com uma realidade e organização de que não estava à espera.
Esta Farmácia ficava numa zona carenciada, onde havia uma real confiança e proximidade entre o Farmacêutico e os utentes. Fez-me contactar com um cenário que não conhecia. Os utentes reconheciam a Farmácia como uma instituição de confiança, onde levavam a carta do filho que estava nos Estados Unidos, para o "Sr. Dr." a ler, ou quando levavam o cheque da pensão, para o "Sr. Dr." verificar se “os Srs das Finanças” não se teriam enganado, pois na realidade não sabiam ler. Algumas coisas que para mim pareciam óbvias, não eram tão óbvias, para uma população que não tinha um nível tão alto de literacia, o que obrigava a um aconselhamento ainda superior ao que já estamos obrigados durante a dispensa, no dia a dia. O meu estágio fez-me alterar a ideia que tinha da Farmácia comunitária.
No início da minha atividade profissional, tive a oportunidade de contactar com as áreas de análises clínicas, indústria, toxicologia e, dentro da farmácia comunitária, fui-me especializando na área da qualidade e da certificação.
 
O que é que mais a motiva no seu dia-a-dia?

O Farmacêutico, dentro da Farmácia, tem uma atuação muito polivalente desde o aconselhamento farmacêutico, a execução de serviços farmacêuticos, a intervenção comunitária e educação para a saúde, a prevenção da doença e promoção da saúde, a aprendizagem contínua e a partilha de conhecimentos com novos colegas.
A resolução dos problemas dos utentes, o tentar fazer a diferença na “Saúde” dos nossos utentes, o perceber que o nosso aconselhamento lhes trouxe maior qualidade de vida.
É ser possível fazer a diferença na vida dos nossos utentes todos os dias.
 
Quais têm sido os principais desafios impostos pela pandemia?
 
A Farmácia como primeiro ponto de contacto dos utentes perante um problema de Saúde, tornou-se mais evidente, durante a pandemia.
O aumento da procura do Farmacêutico, para resolução de problemas que normalmente não aconteceria.
A recusa dos utentes em irem ao seu Médico, por medo de contágio, sob pena de verem os seus problemas de Saúde agravados e o querem que a Farmácia resolvesse o seu problema.
 
O que caracteriza a Farmácia Sacoor do Riviera?

A Farmácia Sacoor do Riviera, apesar de situada num centro comercial, com horário alargado, mantém as características de uma farmácia de bairro, relativamente aos utentes. Existe proximidade do utente à Farmácia, onde se chamam os utentes pelo nome. Existe diariamente o comprometimento de resolver os problemas aos utentes, de fazer um aconselhamento completo, apesar de também existirem muitos turistas, por vezes com necessidades especiais.
 
Como é para si trabalhar no grupo Sacoor?

Trabalhar no grupo Sacoor, é conseguir tratar o nosso utente como se de um familiar se tratasse, é ter uma grande vertente na intervenção comunitária, responsabilidade social e agora também na sustentabilidade.